terça-feira, 25 de março de 2014

Diálogos de 2013: discutindo a mulher e os papéis de gênero na mídia



No ano de 2013 foram realizados dois encontros referentes ao projeto de extensão Diálogos em Comunicação. O primeiro deles aconteceu no dia 26 de novembro, no Anfiteatro da Unigran, com o tema “Mulher e Mídia”.

Foram convidados a participar jornalistas, publicitários e outros profissionais de Comunicação Social, assim como estudantes da UFGD e da Unigran. A atividade foi uma parceria com a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres da prefeitura de Dourados, fazendo parte da programação dos 16 Dias De Ativismo Pelo Fim Da Violência Contra As Mulheres.

Participaram da mesa de debates o jornalista e professor André Mazini, o publicitário e professor Luis Benedetti, e a jornalista e militante feminista Stella Zanchett. A mediadora do debate foi a historiadora Elisa Kunh, que trabalha na Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres. O público, composto em sua maioria por acadêmicos das duas instituições, participou com muitos questionamentos e colocações a respeito dos papéis de gênero divulgados nos meios de comunicação de massa.

Com o sucesso deste primeiro debate, foi agendado outro evento para discutir como os meios de comunicação discutem ou repercutem os papéis de gênero, para além da perspectiva cissexista. Este encontro aconteceu no dia 12 de dezembro, com o espetáculo de dança “mULHER/HIMENóptera” , do coletivo de dançarinos douradense composto por Casemiro Vicente, Nizael Almeida, Paulo Paim e Stélio Constantino Barbosa.

O espetáculo foi selecionado para compor a temporada 2013 do Circuito Dança do Mato, realizado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), e propõe – com a beleza da dança, música e teatro – que os seres humanos vivenciam seus sentimentos e sua sexualidade para além do binômio “homem x mulher”.

O debate que precedeu o espetáculo contou com a participação de mais 40 pessoas, interessadas em conhecer mais sobre a montagem da apresentação e o debate de gênero que perpassa a obra.
Para ver todas as fotos:


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Artigo: A ignorância gera o preconceito




Por André Bento*

A ignorância é a maior, senão a única e mais terrível geradora de preconceito deste universo. Não foram teorias acadêmicas – até porque não as conheço – que me levaram a essa conclusão. Foi a vida que me mostrou isso, em um dentre tantos outros exemplos que o dia-a-dia nos dá sobre o quanto valorizamos ideias pré-concebidas daquilo que sequer conhecemos.

No primeiro encontro do projeto Diálogos em Comunicação, ao visitar o terreiro do Seo Francisco José Paulino, confesso ter chegado ao local ainda impregnado por um preconceito absolutamente sem razão. Religiões com as quais nunca havia tido contato – Umbanda e Candomblé – alimentavam em mim uma imaginação desvirtuada quanto a sua essência.

O simples fato de não conhecer aquela realidade me levava a conceber tais religiões de forma preconceituosa. Pura ignorância. Fruto da falta do saber e do buscar conhecimento. Pelo menos, quase três horas depois de entrar naquele terreiro, pude sair com outra cabeça.

Aquele tempo lá dentro, disposto a ouvir o que o velho Paulino, 92 anos, tinha a dizer, fez toda a diferença. Com o fim da ignorância quanto às religiões até então desconhecidas, caíram os preconceitos. Não necessariamente preciso comungar das mesmas convicções do sábio Paulino, mas o simples fato de ter ouvido aqueles relatos de uma vida quase centenária é uma boa razão para repensar alguns conceitos.

Negro, macumbeiro e marginalizado. Essa não é apenas a história do Seo Paulino. É a realidade de grande parte de um povo sempre vítima em nosso País. Vítima de uma das piores violências: o preconceito. Aquele mesmo preconceito comum a quem é incapaz de buscar conhecer o novo e se firma no quadro social brasileiro como ignorante.

Busquemos o saber, portanto. Somente dispostos a conhecer o novo é que poderemos combater a ignorância preconceituosa que corrói a forma de pensar de muita gente.

*Estudante de jornalismo.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Projeto discute sábado a representação da fronteira na mídia local




O projeto de extensão “Diálogos em Comunicação” discutirá às 14h deste sábado (10) a representação da fronteira na mídia local, em evento aberto ao público, na Colônia Paraguaia (Avenida Indaiá, nº 630, bairro Altos Indaiá).

A recepção será feita por Eliseu Cristaldo, representante da Colônia Paraguaia, e entre os convidados para a mesa de debate estão: Bruno Augusto Amador Barreto (“Geografia da Comunicação no Centro-Oeste”); Helton Costa (“EPP em pauta: estudo sobre noticiabilidade); Eudes Fernando Leite (“FRONTEIRAS: História, memória e representação de uma ambiência histórica”); e Carlos Magno Mieres Amarilha (“Os intelectuais no poder: História, Divisionismo e Identidade em Mato Grosso do Sul”).

Essa discussão marca o encerramento do projeto “Diálogos em Comunicação” coordenado pela Assessoria de Comunicação da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), e que debateu comunicação pública e a representação que a mídia faz dos negros, indígenas e mulheres, nos meses de novembro e dezembro.

Um dos objetivos do projeto é oportunizar espaço de diálogo com a sociedade de maneira geral e especialmente entre os movimentos sociais, estudantes, profissionais, pesquisadores e empresas de comunicação de Dourados.

O projeto é realizado com recursos para divulgação oriundos da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFGD, por meio da aprovação no edital de ações de extensão, e conta com vários apoiadores como o Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Grande Dourados (UFGD) e a Marcha Mundial das Mulheres de Dourados.

Quem deseja receber certificado pode entrar em contato pelo e-mail dialogosemcomunicacao@gmail.com .

Mais informações
Fone - 3410-2721 (Karine Segatto)

Artigo: Mobilização indígena


Davi Roballo*

A questão indígena não é recente como parece ser, quando vem à tona através dos escândalos gerados pela inépcia de responsáveis pelos segmentos que cuidam dessa política, retratando o descaso em que vivem esses genuínos brasileiros.
Na atualidade em que nos encontramos incutidos, quando eclode o reflexo de um desleixo para com os indígenas, surgem as críticas de vários setores da sociedade, todos imputando a outrem, a responsabilidade por tamanhos efeitos de repercussão que isto ocasiona, principalmente na imprensa, que teimosamente insiste investir nos aspectos mais grotescos e negativos possivel. Ninguém, absolutamente, sai de traz da cortina, para com hombridade assumir sua parcela de culpabilidade por tais acontecimentos fatídicos como o assassinato do líder indígena  Nísio Gomes.
De quem será a culpa? Minha? Sua? Dos poderes constituídos? Creio que é de cada um de nós, enquanto sociedade constituída. Que deve cobrar providências, daqueles que elegemos para serem nossos representantes. Além do mais, devemos atentar para a demagogia que certos políticos fazem em época de eleição, apresentando números que não correspondem com a realidade dos fatos. Números que não são investigados e/ou apurados pelos meios de comunicação, que parecem mais porta-vozes dos políticos locais. Veículos de informação, que não se importam em levar ao conhecimento da opinião pública a real situação em que vivem os indígenas, numa forma clara e realista dos fatos escondidos debaixo do tapete, descartados, por não terem peso para repercussão política e autopromoção para certos políticos, explorando apenas o sensacionalismo, ignorando o dever cívico-social da imprensa livre.
Vale ressaltar, que o índio antes da chegada do homem luso, a essas terras longínquas do continente europeu, era um homem livre, senhor de si mesmo, um soberano que reinava nas terras que cingem rios, matas e campinas verdejantes. A chegada do branco impiedoso e inclemente lhe rouba a cena, sequestra sua condição de homem livre, amaldiçoa sua crença e a bagagem cultural que seus antepassados haviam conservados até então como uma transfusão de sangue através de seus ritos e tradições. Alteram sua credulidade, fazendo-os rezar em outros rituais em outras naves, adestrados por sotainas pretas como se não tivesse uma cultura, um credo, uma identidade... Confundiram sua ausência de ganância e egoísmo com obtusidade, e desde então passaram a tratá-lo com um ser à parte do contexto humano. Como se não bastasse aprisionar sua liberdade, incineraram seus ideais, amputaram sua geografia lhes confinando em apriscos, que por capricho literal batizaram de reservas indígenas.
Hoje, com o tempo já bastante mudado, é lamentável observarmos em nosso cotidiano as várias manifestações do descaso que nos rodeiam, como crianças indígenas, circulando pelas ruas, no sol escaldante, a garimpar uma muda de roupa, um pedaço de pão, enquanto adultos são assassinatos em nome da desmedida ambição territorial para cultura agropecuária, numa maldita repetição dos atos que roubaram de seus antepassados a auto-estima, os ideais e espaço num passado não muito distante.
Mas, nem tudo parece perdido. Atualmente, mesmo com as calamidades ocorrendo nas aldeias, jovens indígenas letrados começam a erguer em tom soante a voz oprimida dos povos ameríndios. Cansaram de esperar do poder publico e dos políticos aproveitadores e já se mobilizam politicamente reivindicando por direito um lugar nas decisões políticas, pois nas palavras do professor indígena Aguilera “só entende das questões e problemáticas indígenas, o próprio indígena”. Os efeitos dessa organização e mobilização político-social teremos, já em 2012, ano eleitoral, onde a comunidade indígena fará de tudo para ter um representante que reivindique respeito e o que lhes é de direito. 

*Jornalista - DRT 697
Especialista em Jornalismo Politico
Especialista em Comunicação e Marketing

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Indígenas e jornalistas fazem debate sobre representação do índio na mídia



Por André Bento

Um grupo de comunicadores e indígenas de Dourados se reuniu neste fim de semana para discutir a representação do índio na mídia. O encontro ocorreu no Núcleo de Atividades Múltiplas (NAM) da Aldeia Jaguapiru e fez parte do projeto de extensão “Diálogos em Comunicação”, desenvolvido pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). 

O debate contou com a participação da jornalista Karine Segatto, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Grande Dourados (Sinjorgran) e do jornalista e antropólogo Spensy Pimentel, pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo (USP), além de comunicadores da região e membros da comunidade indígena local. 

Representação equivocada 
Em meio ao acirramento das discussões sobre os conflitos fundiários – sobretudo após o ataque a comunidade Tekoha Guaiviry -, uma frase definiu bem o objetivo do encontro. “Estamos tentando reverter toda essa situação. Buscar uma forma de melhoria para nossa comunidade”, disse o Guarani Ñandeva Aguilera de Souza. Membro da Gerência de Educação Escolar Indígena do Município e professor de uma universidade local, ele se referia às situações em que indígenas são discriminados ou utilizados como instrumento político. 
O Terena Nilcimar Morales também fez coro às queixas e foi além. Ele apontou as consquências de uma representação errônea da realidade indígena. “Os outros países vêem o Brasil como se tratasse bem do índio. Isso quem faz é a mídia”, opinou. O professor Aguilera concordou com o Terena e acrescentou que a imprensa não é a única responsável pelo desvirtuamento dessa representação. “O próprio livro didático traz uma imagem do índio muito negativa. Você vê o índio pelado, com arco e flecha na mão. E hoje já temos índio doutor. Muitas vezes, a própria educação reproduz esse olhar sobre o índio”.    

Problemática nacional 
De acordo com Spensy Pimentel, as queixas da comunidade indígena sul-mato-grossense são comuns em todo o território nacional. “Essa problemática daqui está no Brasil todo”, afirmou. Para ele, a realidade vivida em Mato Grosso do Sul é bastante complexa e reflete um senso comum concebido pelo jornalismo de um modo geral. O pesquisador mencionou matérias produzidas em mídias dos grandes centros para ilustrar os equívocos cometidos por jornalistas.


Pimentel lembrou que muitas vezes a mídia trata o indígena sob a ótica do exotismo. Desta forma, busca promover a sensação do descobrimento, do novo e do atraso em termos evolucionistas para atrair audiência. “A maioria desses grupos tidos por isolados já tiveram contato com a civilização. Eles escolheram dar as costas para ela por que não viram nada que lhes interessasse”, citou como um dos exemplos de equívocos cometidos pela imprensa ao promover a representação indígena.
  
Modo de vida
A concepção do índio como preguiçoso, por não comungar dos modelos de produção do não-índio, também foi alvo do debate. Para o professor Aguilera, “em Mato Grosso do Sul, muitas vezes o índio é visto como preguiçoso ou vagabundo”. Neste sentido, Pimentel lembrou a diferenciação entre fazendeiros e indígenas. “Os fazendeiros gostam de ser chamados de produtores, como se os indígenas não produzissem”, disse. O pesquisador da USP lembrou que as formas de produção e seus objetivos são diferentes para os dois grupos. 

Além disso, Pimentel ressaltou a necessidade que haja essa diferença cultural. “Aquilo que não tem pluralidade definha. É preciso pensarmos em como desmontar essas concepções”, pontuou. Para ele, mudar essa realidade demanda um “trabalho de formiguinhas” e é necessário que o comunicador assuma o papel de agente de transformação social e promova a conscientização e o respeito às diferenças e à pluralidade cultural.

Legenda: Grupo de indígenas recebeu comunicadores da região no Núcleo de Atividades Múltiplas (NAM) da Aldeia Jaguapiru
Imagem: André Bento/GD News
FONTE: GD News

Artigo: A Síndrome da Costela




Davi Roballo*

             Falar sobre a representação das mulheres na mídia, seria muito fácil não fosse tão complexa as causas e os tentáculos de uma sociedade míope que as impedem de apossarem-se dignamente de seu lugar no contexto da vida social. Não o lugar de eternas mães de Abeis e Cains desenfreados e escravas sexuais de Adães desmiolados, mas um lugar onde sejam valorizadas verdadeiramente como criaturas humanas, criativas, inteligentes e não como um objeto talhado a ouro.
Conta o livro, em sua gênese, que a mulher surgiu da costela de um homem, muita gente acredita, embora não reflita persuadido a não comer a deliciosa maçã da sapiência, impedido de explorar o real contexto e intenções dissimuladas nessa mitologia infantilizada. Se Eva é oriunda da costela de Adão, certamente a leoa é da costela do leão e a vaca da costela do boi...
Como pode o ser onipotente ter sido o artífice de tamanho paradoxo, logo ele que é apontado como indubitavelmente bom, justo e imparcial, ter concebido a hegemonia ao homem perante a mulher e colocá-la no mundo como parte dele, servindo-o como sua fiel subserviente? Quiçá, ao terminar a obra “Adão”, Deus, em seu sopro divino tenha sido o primeiro a se contaminar com o machismo, presunção e prepotência hegemônica da criatura hominal. E desde então, o pai de todas as coisas, cedendo a pressões dessas pragas que eivaram seu consciente, resolveu criar um ser para servir de escravo, sem direito a voz, condenando-o a serviços domésticos, maus tratos, baixos salários, prescrições de vestuários, baixo índice de inteligência, escravidão sexual, como matriz procriadora do espécime hominídeo.
Vaidade, nem pensar, só Adão teria o direito de cortar o cabelo, somente Adão teria o direito de cuidar de sua beleza, de usar calças compridas e de gozar dos prazeres da vida. A Eva, como ser insignificante e desprovido de inteligência, bastaria ficar em casa cuidando do tanque, da cozinha, catando a prole, isolada do mundo e das letras...
A costela sendo parte da estrutura física do corpo humano, não pode representá-lo por completo, isso retrata para bom entendedor e questionador embasado pela razão, que o mito Eva, é a representação da desvalorização feminina, colocando-a abaixo do homem, como parte dependente dele e não como sua igual. Essa mitologia fruto de uma civilização machista, laica e ultrapassada que subjugava e subjuga o gênero feminino como inferior, por incrível que pareça ainda não passou por uma reformulação que a coloque a altura da razão e bondade do ser considerado supremo.
Hoje, em pleno século XXI, o conto da carochinha ainda reflete seus preceitos nas consciências atordoadas, persuadidas e confusas a levarem esse episódio ao pé da letra, por estarem condicionadas a obediência cega aos desavisados apaixonados, que usam a coibição e a sansão como se fossem divinas, sem levar em conta, que o temor que isto ocasiona, leva os seres a esperarem tudo de cima, impedindo-os de forjarem suas conquistas, e a acreditarem que o “pai” castiga, quando na verdade, por uma questão de lógica, Deus, não pune nem castiga o homem, mas, o homem é que autopune-se através das conseqüências no mau uso do “livre arbítrio”.
Na contemporaneidade, poucas mulheres estão à frente diretivas de grandes empresas, nenhuma está autorizada a rezar missa, quase nenhuma recebe o mesmo salário pago aos homens que realizam a mesma função. É o reflexo da síndrome “costela de Adão”, que insiste em escravizar nossas consciências com seus preceitos estereotipados e irreais que revestem o machismo impiedoso que impera em nossa humanidade. E essa machidão é praga tão contumaz que consegue contaminar as próprias mulheres, que sendo vítimas também são algozes por conduzirem a crendice que essa praga gera.
A sociedade hipócrita, tomada pela síndrome da costela, quando percebe em seu seio um fato de adultério por parte do gênero macho, ocasiona pouca repercussão pelo fato de estar arraigado em grande parte das consciências, que homem é homem, e sendo assim é vulnerável ao instinto, e a mulher que pague a humilhação e o escárnio que isso ocasiona. Porém, quando a prática da traição parte do gênero fêmea, essa ação automaticamente é tida como absurda e inconcebível, e ela como infratora, recebe da sociedade toda a manifestação de desprezo e descaso que decorre do fato, e o pior, grande parte desses algozes, fazem parte de seu mesmo universo de gênero.
Não há de se negar que no século XX, a humanidade tenha progredido mil anos em cem, e as mulheres como grandes beneficiárias dessa evolução, saíram de suas cozinhas enfumaçadas e buscaram alcançar seus devidos lugares na sociedade. Motivadas pelo conhecimento e desgarradas de certas crendices, olharam para si e obtiveram a imagem de seu verdadeiro valor, que havia sido ofuscado pela predominância machista através dos séculos, reivindicaram seu direito ao voto, lutaram e ainda lutam pela não violência doméstica, buscaram e ainda buscam seu lugar na política e nas decisões do país...
Sem dúvida, ainda há muitas conquistas a caminho, a fim de que o ser humano venha dar-se de conta que não existe diferença entre homem e a mulher, a não ser, as exteriores, representadas pela limitada matéria. Há muitos caminhos a percorrer para chegar-se a conclusão que: inteligência e competência não escolhem gênero de sexo, se cultiva, se obtém através de experiências. E quando se chegar a esse patamar de igualdade, com certeza cairá às barreiras da desigualdade, do preconceito de inferioridade para ceder espaço a uma nova mentalidade racional, coerente e divinamente justa, como realmente é, e que o ser humano teima em não dar atenção por preferir acreditar no que lhe seja mais proveitoso e que lhe coloque acima do que imagina ser.


*Jornalista, Especialista em JornalismoPolitico, Especialista em Comunicação e Marketing

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Artigo: A MULHER NA MÍDIA


Priscila Resende Pontes Giacobbo*

O tema, logicamente, era "A Mulher na mídia”, mas falar de mulher e não se falar do mundo, não se fala a verdade, falar de mulher e não falar do homem, também pouco se está falando, Falar de mulher e não falar de mercado, de exploração, de neoliberalismo, não se está falando tudo.
O olhar da mídia para as mulheres é o olhar da mídia feito “para” as mulheres. Não é “para as mulheres” no sentido que elas são ativas na constituição da sua imagem pública, cuja emissão será derivada das várias mídias, predominantemente pela mídia televisiva.
Esse olhar que é produzido para as mulheres, e não pelas mulheres, ele se dirige ao olhar masculino, em primeiro lugar, mas é um olhar masculino também.
O que eu entendo significa que você tem estereótipos criados sobre o feminino, e no caso sobre a mulher, e o olhar também já está preparado, porque ele está previamente preparado a ver o que ele vai ver. Então, é como se houvesse uma identificação entre saber e ver. Então, o que eu sei da mulher é aquilo que eu vejo sobre a mulher ou da mulher.
Então, há toda uma construção da figura da mulher onde a idéia do feminino não aparece. Eu quero estabelecer uma dissociação, um pouco arriscada talvez, mas acho que vale a pena para nós pensarmos sobre isso, entre a mulher, o homem, o feminino e o masculino.
Esse olhar é produtor de uma certa imagem, mas ele também é produzido por uma expectativa já criada sobre esse olhar. Então é difícil você dizer quem cria e o ponto da qual parte a emissão dessa imagem que quer se vender via publicidade, via novelas, via entrevistas, sobre o que se pretende com o fazer aparecer a voz da mulher.
Não é aquilo que vai dar mais espectadores, mais ouvintes, portanto é aquilo que não pode contrariar expectativas daqueles que estão assistindo aquela programação.
De qualquer maneira é a mulher competente, se cria a mulher competente seja dentro da casa ou na profissão. Nos dois casos nós temos uma idéia de competência que é vinculada através da presença da mulher. E essa questão de competência não é questionada, porque, num primeiro momento, o que parece é a propaganda ou a presença em primeiro plano da mulher, mas não é a mulher em si que está ligada àquela emissão necessariamente; são outros valores que são transmitidos através da presença da mulher na televisão, nas entrevistas e nas publicidades.

*Acadêmica do curso de biologia da UFGD
Participante de Diálogos de Comunicação